quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O nosso MANIFESTO

Perante a tremenda e a desgraçada decadência da Pátria Portuguesa, cujo Povo, para além de tudo o mais, também sofre – e no seu próprio solo pátrio – a amarga humilhação de se encontrar numa espécie de novo cativeiro da Babilónia e criminosamente forçado à adoração de falsos ídolos, em que o Bezerro d’Ouro tem destacado altar-mor e em que os seus novos sumo-sacerdotes são os chamados “tecnocratas europeístas”; a falsos profetas e a monstruosas mentiras e magias de todos aqueles que o miseravelmente enganam, urge que os Portugueses saibam desencadear os mecanismos políticos necessários, sem apelos a “messianismos” ou falsos “vanguardismos” e “extremismos”, para uma Ideia Política condutora que fale de novo, sem vergonhas e imbecis complexos, da Pátria que realmente fomos, somos e queremos continuar a ser, das nossas raízes históricas, do nosso querer, do nosso destino como comunidade nacional, sem olvidar de falarmos igualmente do pão, do trabalho honrado e honesto, da justiça social, da fidelidade, do sacrifício, do valor da família como célula fundamental da sociedade, da tradição e da modernidade europeia, da reforma moral do país, como solução sine qua non, para um autêntico Ressurgimento Nacional, dos sonhos, e das esperanças de Portugal e dos Portugueses, sem esquecer a afirmação do heroísmo perante o latente estado de cobardia e de “bufaria”. Por isso tudo, damos aqui corpo (e o corpo, como sói dizer-se) ao presente MANIFESTO.

O que nesta hora mais marca o mundo em que vivemos é o autêntico lodaçal de desordem mundial em que, pela via de uma acelerada e intencionalmente provocada mutação política e social, este se tem vindo a aviltar e a converter-se num universo atomizado (global-desagregado) e onde os valores da ORDEM TRADICIONAL estão a ser ferozmente atacados e objecto da mais desenfreada e despudorada acção de subversão de que há memória na História de toda a humanidade.

E quando se aborda aqui aquilo que designamos por ORDEM TRADICIONAL (de sentido primordial), será bom não confundir a dita com o tradicionalismo que, regra geral, corporiza uma carga ideológica (mesmo de facção político-partidária) e que por isso mesmo define, a maior parte das vezes, o pensamento político conservador, o que é outra coisa.

Não é por acaso que o grande drama da nossa época se centra no facto de a decadente civilização ocidental e, por tabela, todo o restante mundo, ter já sido literalmente sacudido e tomado de assalto por poderosas e obscuras forças especialmente interessadas em alimentar todo este estado de anarquia e desordem em que hoje o mundo desgraçadamente repousa.

Vive-se nos tempos de hoje a fomentação (a todos os níveis) de um desconcerto generalizado que já atingiu todas as camadas sociais e que levam estas a latentes (e cada vez mais frequentes, como todos os dias constatamos pelos media) estados de desespero e angústia que, naturalmente, são responsáveis directos pela “arquitectura” deste “Mundo Moderno” que habitamos e que caminha, a passos de gigante, para um possível cataclismo total.

Também facilmente se constata que nos tempos que nos tocaram por desditosa sorte, o conceito do bem e do mal estão ambos completamente esbatidos. A própria noção de pecado é uma coisa que já não é tomada a sério, quando outrora era um sentimento tão vivo, hoje não passando, para demasiados, de “um deplorável anacronismo religioso e reaccionário”, dizem.

Tudo isto é mais sinistro, quando anuncia a perda pelo homem da sua privada comunhão com Deus. Estamos, em suma, numa época (numa triste época) em que o maior triunfo do diabo foi este ter feito crer à maioria das pessoas que ele [diabo] não existe.

Estamos todos a viver no presente momento aquilo a que a milenar cultura e sabedoria hindu ensina e designa como a Quarta Idade (da burguesia-proletariado-homem-massa) ou de Kali-Yuga.

Enfim, todo um universo, onde o feio; o contaminante; o reducionismo; o absurdo; a horizontalidade; o medíocre; o monstruoso; o corrupto; o politicamente correcto; o primarismo das massas; a ditadura esquerdista e da imbecilidade militante; o ócio; o podre; o cobarde; o gosto desmedido pelo luxo; a linguagem de urinol; a quase ausência de códigos e normas, por mais básicas que sejam, prevalecem já sobre os poucos valores que ainda tentam manter-se à tona da água e em luta tremenda contra todo este maremoto de demência colectiva que tudo ameaça engolir e criminosamente subverter.

Ora é, precisamente nestas ocasiões, que inevitavelmente arrastam atrás de si incomensuráveis sacrifícios na nossa vida pessoal; dificuldades e incertezas, que realmente nos devemos mobilizar e dar sinais de que estamos plenamente à altura de homens da resistência, com a demolidora convicção (fé) de que os focados homens (dos homens de pé no meio das ruínas, como disse Julius Evola) não são do passado, antes do futuro.

Por isso SOMOS uma ORDEM MILITANTE de gente Lusa que é intransigentemente fiel a sentimentos que consideram permanentes dentro de um quadro de intensa portugalidade e que não abdicam nem desarmam da defesa de princípios que acham essenciais à existência e continuidade (perenidade) de Portugal como país livre e soberano, que pensam nesta muito particular altura que a nossa Pátria atravessa, ser conveniente que se unam esforços (e que nada impede que hajam outros com esse mesmo fim) em torno de um projecto que siga na vanguarda (FRENTE) de um combate mental e de acção, que visa reflectir sobre novas realidades: políticas, sociais, culturais, económicas, religiosas, militares e históricas.

Propomos – resolutamente! – uma luta de renovados quadros nacionais contra a mediocridade reinante, os mitos destilados pelo iluminismo e positivismo oitocentista rousseauneano, propalados pelos seus mais notórios apóstolos e seguidores, como Proudhon, Karl Marx, Engels, Freud, Levy Strauss, Marcuse, Garraudy e outros notáveis imbecis, todos eles filhos dilectos da Revolução Francesa. Queremos lutar contra a atrevida ignorância e obscurantismo das massas.

F u n d a m e n t o s

1. Existem valores supremos que o homem deve servir: são os valores do Espírito. O Espírito, enquanto universalidade e unidade, tudo ultrapassa, porque tudo engloba e em nada está englobado.

2. Só colocando-se ao serviço dos valores supremos, através da superação dos seus instintos, do seu egoísmo e do seu particularismo, é que o homem atinge uma dignidade própria. É pelo inabalável cumprimento dos imperativos morais, pelo sacrifício de si mesmo, pelo heroísmo firme e sem retóricas, que o indivíduo consegue elevar-se ao plano do Espírito. O seu verdadeiro e único direito é, afinal, o de cumprir o seu dever.

3. Na esfera do temporal, é no Estado, entendido como comunidade política, que se objectivam a unidade e a universalidade espirituais. Aí, as pessoas e os grupos integram-se num todo que os excede e onde as suas finalidades próprias encontram realização sem se perderem numa dispersão anárquica e estéril. A obrigação primordial, no domínio terreno, é, pois, para o homem e para os corpos sociais, assumindo-se como membros dessa comunidade, consagrarem-se ao Bem-Comum.

4. A unidade e a universalidade do Estado não aniquilam a diferença ou a diversidade, antes a integram em si. Mas onde há diferença e diversidade, articuladas em função do uno e do universal, tem de haver Hierarquia, quer dizer, Estado orgânico.

5. Não existe Ordem nem Hierarquia sem uma Autoridade soberana que integre a variedade na unidade, a particularidade na universalidade. A Autoridade é, sem dúvida, Poder, embora nem todo o poder seja Autoridade. Esta é o Poder legítimo, o Poder que existe para a harmonia, aperfeiçoamento e realização do conjunto e, consequentemente, das partes.

6. A autoridade dividida é a ausência de Autoridade; só há Autoridade onde o poder é uno; e só é uno o Poder que projecta a sua unidade no tempo, isto é, que seja contínuo e estável.
Perante o governo de muitos, o princípio da chefia pessoal revela a sua indiscutível superioridade.

7. Hoje, o Estado – a comunidade política – só existe sob a forma de Nação. Tendo assim imanentes as ideias de unidade e de universalidade, se cada Nação pode reclamar legitimamente os sacrifícios últimos, nenhuma pode considerar-se um mundo fechado, porquanto todas participam no ethos comum e de destinos solidários. A fraternidade entre os nacionalismos é, pois, uma exigência indeclinável.

8. Dominada por uma antropologia desenfreada, um hedonismo impudente, um tecnicismo cego, pelo pragmatismo e pelo oportunismo, a “civilização” contemporânea é um deserto espiritual. Sob uma prosperidade e uma força aparentes, são já manifestos sinais iniludíveis de decadência e de ruína. Não há, portanto, razão para derrotismos, uma vez que os mitos actuais nada têm de intrinsecamente sólido e duradouro, podendo desmoronar-se de um momento para o outro.
Seja como for, nem o êxito nem o fracasso devem funcionar como critério válido. Com ou sem êxito, há que combater os erros do tempo, pois se ninguém tem obrigação de vencer, todos têm obrigação de lutar.

GLADIUM NACIONAL

2 comentários:

Anónimo disse...

Companheiro Santos Silva:
Subscrevo as palavras do teu artigo.
Devidamente esmiúçadas dariam corpo a um novo programa da Direita Nacional e Social.
Temos um novo blogue:"Terras do Carmo"
http://terrasdocarmo.blogspot.com/
Saudações nacionalistas!
Carmo Moura

Anónimo disse...

Excelente blog. Voltarei sempre.
Parabéns